sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"A Cadeira onde te esperei - Resposta"

Calado na noite nua
revejo tudo que já fiz
e repenso o que desejo fazer
Sofro, por procurar alguém que me ajude
e me tire de cartaz deste monólogo
que estreio em minha vida.
Aguardo alguém
que eu possa contar pra sorrir,
pra gritar, pra pular, pra brincar...
Alguém que não repare
no cabelo assanhado
no meu sapato furado
no meu paletó amassado.
Preciso de alguém.
Cansei de ser uma pessoa que fala sozinho
e que as vezes conversa com uma cadeira.
Preciso de alguém real.
Que seja sincero.
Que seja amigo.
Que seja assim.
Só assim...
Alguém.

domingo, 7 de outubro de 2012

Último ato

No camarim o figurino
A mesma maleta de maquiagem
O mesmo lugar no espelho.

No palco a mesma plateia
Na técnica os mesmos.
Na memória o mesmo texto.

Na face novas rugas
Na expressão, um enfado
No coração uma angústia.
Nos olhos, Lágrimas.

Abrem-se as cortinas
Ilumina-se o palco
São encenados os atos
No último uma dor.

No final um orgulho
Nos lábios sorrisos
Na mente lembranças
Na plateia Saudade.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dia a dia

E quando não se sabe mais o que fazer
Ou não se sabe o que dizer
vemos e fingimos não ver
Somos verdadeiros e fingimos não ser.
Sonhamos com aquilo que acreditamos
E descobrimos que não acreditamos em nada.
Dai Choramos porque fomos iludidos
Ficamos tristes e nos sentimos sozinhos.
Depois passa
Limpamos as lagrimas,
Sorrimos e  novamente fingimos.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

[In]certeza

Talvez um dia você aprenda
E consiga ver o real valor do que tem
E se arrependa
E volte atrás
E não erre mais.


Talvez um dia você se toque
E pare de encarar o mundo como menino
Pare de viver as custas do destino
De fazer sua vida um ninho de passarinho.


Talvez um dia você enxergue
A beleza que há na amizade verdadeira
A feiura que habita na palavra mal dita
A alegria que se esconde atrás da simplicidade da vida


Talvez um dia você mude,
Me esculte, e seja uma pessoa melhor.


Talvez esse dia demore
e eu não veja essa mudança;


Talvez esse dia não exista.
Talvez, talvez, talvez !

                    Luiz Sant'Anna

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Alguém que é ninguém

Aqui debaixo
Vejo os carros que passam
Que aceleram e Freiam na lombada.
Vejo o crescimento da cidade
A evolução da sociedade.

Vejo velhos, adultos, crianças
Vejo políticos, executivos
e seus seguranças.
Vejo um pastor
e em seus lábios
palavras de esperança.

Vejo falar de um lugar bonito.
Um lugar silencioso e tranquilo
Vejo uma luz, uma esperança.

Ninguém me vê.
Eu vejo todos.
Estou sempre aqui abrigado
e chamo meu abrigo de casa.
Moro aqui até que vejam
e me façam ser alguém,
Pois aqui debaixo da ponte
Eu sou apenas ninguém.